quarta-feira, 28 de novembro de 2012

NOTA DA BANCADA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES NA CÂMARA DOS DEPUTADOS SOBRE AS RELAÇÕES PERIGOSAS DO GOVERNADOR MARCONI PERILLO COM O “EMPRESÁRIO” CARLOS CACHOEIRA

A nota oficial do governador Marconi Perillo em que tenta desqualificar o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigou o senhor Carlos Cachoeira apenas revela uma tentativa desesperada de salvar seu mandato e seu governo, em razão dos vínculos estreitos e perigosos mantidos com a organização criminosa chefiada por Cachoeira. Diferentemente do que afirma o chefe do Executivo goiano, trata-se de um relatório sereno, coerente e contundente na demonstração de que o governador e a alta cúpula de seu governo estavam à mercê dos desígnios de uma organização criminosa incrustrada no estado de Goiás. O relatório demonstra com riqueza de detalhes, substanciado em provas amealhadas pela Polícia Federal durante vários meses de investigação e em documentos em poder da CPMI, que o governador Marconi Perillo havia firmado, já durante a campanha que o levou ao governo de Goiás, uma verdadeira parceria política e econômica com a sociedade Delta/Carlos Cachoeira naquele estado. A participação do governador Perillo na CPMI, longe de significar um gesto de lisura ou compromisso ético, foi, ao contrário, uma manobra preparada para tentar afastar suas vinculações com Carlos Cachoeira, como se viu em toda a farsa criada em torno da venda de sua casa para o criminoso. A investigação realizada pela CPMI apontou com clareza que o governador efetivamente beneficiava o grupo Delta/Cachoeira, nomeava para cargos estratégicos em seu governo pessoas indicadas pelo chefe da organização criminosa e, em troca, recebia recursos financeiros e outros favores da quadrilha. O trabalho sério da relatoria mostrou para todo o Brasil, e principalmente para a sociedade goiana, que, além do próprio governador, vários secretários, procuradores de Estado e auxiliares diretos do governo de Goiás também haviam aderido à organização criminosa, em troca de vantagens financeiras diversas. Diferentemente do que afirma o senhor Perillo, o relatório faz uma investigação ampla da empresa Delta para além da região Centro-Oeste e aponta todos os indícios, inclusive com a identificação de mais de 116 empresas, de irregularidades que poderão ser aprofundadas pelo Ministério Público e pela própria Polícia Federal. Não há revanchismo, perseguição ou espírito de vingança por parte do relator. O relatório final da CPMI retrata uma situação que já se mostrava pública. Caberá agora ao governador explicar à sociedade brasileira o motivo que levou seu governo ser partilhado e, em grande parte, conduzido efetivamente pelo chefe de uma das maiores organizações criminosas já estruturadas no país. Com a palavra, o governador Marconi Perillo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Os novos secretários para 2013 em Campo Limpo Paulista

Espera ansiosa dos cidadãos de Campo Limpo Paulista para o anúncio da composição do novo secretariado que não será uma tarefa fácil. Zé Roberto, embora muito competente, não tinha até as eleições um grupo coeso. Sua assessoria se restringia a alguns poucos partidários de outras cidades e alguns apoios esparsos na cidade. Sua campanha foi ganhando adeptos ao longo do período próximo às eleições e no período eleitoral, quando as pesquisas já mostravam a sua pequena vantagem sobre o PT, foi então que surgiram muitos cabos eleitorais. Isso é muito comum em partidos com pouca tradição de militância como o PR - Partido da República - pelo qual se elegeu o novo prefeito. Muitos nomes foram cogitados mas até agora nenhum foi confirmado, a briga mesmo vai se dar quanto à nova composição da câmara municipal, fato também que deverá preocupar muito o novo prefeito, precisa da maioria para implementação da sua política, na realidade ao que parece a câmara municipal vai se polarizar em dois grupos distintos, quais sejam, aquele que apoiará ou não o novo prefeito. Está claro que o grupo ligado à antiga administração não é tão coeso quanto parece, portanto a tarefa de formar um grupo voltada à base de apoio governista não será tarefa tão difícil, porém há motivo sim para preocupação, a imprensa local já está fazendo o papel que é de tentar impingir uma imagem ainda mais negativa à classe política, insuflando a briga entre os políticos e arriscando palpites sem consultar os novos vereadores, o que extremamente reprovável, mostra o despreparo de gente inescrupulosa que habita as redações dos jornais locais, salvo algumas pessoas com estirpe que não usam os meios de comunicação para suas questões pessoais. De fato a falta de comunicação quanto ao novo secretariado vem causando alguma turbulência política, a falta de definição demonstra fraqueza e falta de perspectiva, demonstra que o grupo vencedor realmente não tinha base sólida para a disputa política, exceto um nome e um sentimento claro de mudança da sociedade. Continuemos aguardando, de fato nomes de pessoas competentes para atuar nas diversas áreas administrativas Campo Limpo tem de sobra, mas de confiança são poucas, a escolha se norteará por estes pontos e quem se sentir apto e não for escolhido pode ter a certeza de quais motivos não o levaram a estar na fileira dos novos secretários. Aliás quando falo em ser "não confiável" não me refiro à má índole, apenas me refiro ao posicionamento político que cada um adota no seu cotidiano, do grupo político ao qual pertence entre outras condições que o distanciem de quem está com a caneta na mão.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

OS JUÍZES DO LULA E DA DILMA. POR QUE VOTAM CONTRA ELES ?

Publicado em 15/10/2012 OS JUÍZES DO LULA E DA DILMA. POR QUE VOTAM CONTRA ELES ? Com a imparcialidade dos presidentes militares, FHC nomeou os ministros do Supremo. Fidelidade ilimitada – ou nada ! Aí, chegou o Presidente Lula, que resolveu ser Republicano. Fernando Henrique não teve dúvida: escolheu ministros do Supremo de sua confiança política. Gilmar Dantas (*), na Advocacia da União, foi o cérebro da Privataria que, mais tarde, com dois HCs Canguru, haveria de absolver (provisoriamente, porque o Supremo não vai tirar Dantas da cadeia pela terceira vez, não é, Presidente Barbosa ?). Nelson Johnbim foi ministro de FHC, compartilhou o apartamento com o Padim Pade Cerra - a quem chama de o melhor Ministro da Saúde desde Oswaldo Cruz – e enfiou artigo na Constituição sem que a Assembleia Constituinte soubesse. E está em liberdade. Ellen Gracie, que, mais tarde, foi vista num shopping center de Sao Paulo a namoriscar Fernando Henrique já viúvo, é a Presidenta do Supremo que criou a Suprema Jurisprudência para tirar branco e rico da cadeia, ao impedir a abertura de certos discos rígidos: Daniel Dantas não é Daniel Dantas, mas, sim, Daniel Dantas. E o Supremo quer ser levado a sério …. FHC não brincou em serviço. Com a imparcialidade dos presidentes militares, FHC nomeou os ministros do Supremo. Fidelidade ilimitada – ou nada ! Aí, chegou o Presidente Lula, que resolveu ser Republicano. Consultou Marcio Thomaz Bastos e nomeou Cezar Peluso. José Dirceu desaconselhou. Mas, Lula quis ficar acima da batalha ideológica e nomeou juízes técnicos, de ilibada reputação. Começou com Peluso e seguiu com a mesma política Republicana. Tão Republicana que escolheu os Procuradores da República que o espírito Republicano recomendava. FHC, que conhece as entranhas da República, escolheu o Brindeiro Procurador. E saiu do Governo imaculado, Republicanamente limpo. Lula escolheu o Ministério Público dos “40 ladrões”. Dilma seguiu o espírito Republicano do antecessor. Manteve o Brindeiro Tênue Gurgel e levou ao Supremo um ministro que considera a verdade uma quimera e uma ministra que definiu o conceito de “elasticidade” até o ponto de o elástico enforcar o Dirceu. Viva a República ! Viva o Supremo que enche de orgulho o peito do professor Fábio Comparato. Dilma vai nomear o sucessor de Ayres Britto – que mereceu uma das mais notáveis páginas do professor Wanderley Guilherme. Dilma vai nomear o sucessor do decano Celso de Mello, que exigiu “ato de ofício” para absolver Collor e dispensou “ato de ofício” para condenar Dirceu. E talvez seja levada a escolher o sucessor de Joaquim Barbosa, que talvez prefira se aposentar, depois de levar a julgamento o mensalão tucano, a Privataria, a Lista de Furnas e devolver legitimidade às Operações Satiagraha e Castelo de Areia. Dilma deveria seguir a trilha Republicana de Lula ou a estratégia não-Republicana de “proteger a retaguarda” do FHC ? Franklin Roosevelt interveio no Supremo para aprovar o New Deal. Néstor Kirchner demitiu os ministros do Menem. E botou os militares torturadores na cadeia e baixou a Ley de Medios. Quem disse que o Supremo é “republicano”? O Supremo do Cacciola, do assassino da Stang, do Roger Abdelmassih, da anistia à Lei da Anistia. Esse Supremo é Republicano ? O Conversa Afiada se vê inclinado a dar razão ao Farol de Alexandria. Ele e o Cerra são inimputáveis por que ? Porque são Republicanos ou porque tratam o Brasil como ele é ? O ansioso blogueiro recebeu livro interessante: “STF – do Autoritarismo à Democracia (sic)”, de Fabiana Luci de Oliveira, da FGV – Direito, Rio, pela Campus Jurídico. Na página 77 e seguintes se aprende que os ministros do Supremo são: - um grupo social com valores e identidade próprias; - é uma corporação profissional; ao sentar no Supremo, não tem mais nada a ver com quem os nomeia ou com a classe social de onde emergiram; - na fronteira entre a Política e o Direito, com o monopólio de “dizer o que é Direito”, tem a prerrogativa de fazer política com autonomia, já que sua nomeação tem o caráter vitalício ; - por se sentirem – “puros” ? – diferentes dos políticos profissionais, se acham atores mais legítimos para decidir imparcialmente sobre o destino político do país; (Especialmente quando criminalizam a Política, como fizeram no julgamento do mensalão.) - na raiz da suposta legitimidade do Supremo está a presunção do mérito profissional, que dá consistência e uniformidade aos membros do Supremo e à corporação de que sao a mais alta expressão. A leitura do disparate contido no voto supostamente maquiavélico do Presidente Britto levou o ansioso blogueiro a rever apontamentos de outro infatigável leitor de Maquiavel. Segundo Gramsci, os juízes são os “intelectuais orgânicos” da Casa Grande. Lula e Dilma devem ter escolhido “seus” ministros no topo de um longo e feroz processo de seleção entre membros da mesma “categoria”, da mesma “camada social”, na mesma Casa Grande. No Governo Lula, a tarefa de escolher os finalistas dessa seleção e de pescar no laguinho da Casa Grande cabia ao Marcio Thomaz Bastos, advogado de Daniel Dantas contra o difamador e caluniador contumaz Mino Carta. No Governo Dilma, o líder da pescaria é o Ministro da Justiça (sic) Jose Eduardo Cardozo, que os amigos do Dantas chamam carinhosamente de Zé. Suspeita-se que a pescaria do Zé nas águas turvas da Casa Grande seja com um olho no gato e outro no peixe. O Ministro seria candidato a Supremo Ministro ! Logo, se a Presidenta continuar a nomear dentro da corporação, com os mesmo critérios do Presidente Lula, entregará o que o professor Wanderley chama de “dogmática impunidade” a três algozes. Quem sai da corporação da Casa Grande e chega ao Supremo nela continua. Porque a corporação é que mantêm as rédeas do poder na Casa Grande. Legitima o Poder e o poder de coerção da Casa Grande. A corporação existe para manter a Casa Grande de pé. São como a corda e a caçamba. Os juízes egressos da corporação são fieis à Casa Grande porque ela tem a Suprema prebenda a oferecer a quem lhe é fiel. A Glória ! A Celebridade ! A Rede Globo ! O reconhecimento nos coquetéis; as fotografias nas colonas (**), nos artigos dos especialistas, nos programas eleitorais da UDN, nos congressos de classe, nas viagens de Primeira Classe a conclaves na Alemanha, na vista para o Central Park, e nos spas e resorts subvencionados pela Casa Grande. Todas essas considerações inúteis pressupõem que o Supremo e o PiG (***) são hoje o “locus” do Golpe. Como no Paraguai. Não é mais na caserna. Como não é no Paraguai. O Golpe se trama e executa nos intelectuais orgânicos do Supremo. E no jornal nacional. Paulo Henrique Amorim